
Vi a felicidade entrando numa casa…
Vi quando chegou,
o estardalhaço que provocou,
a alegria que se manifestou
e testemunhei sua permanência ali.
Vi também quando furtivamente saiu
sem se deixar notar…
Quando saiu, ainda pensei que estava lá…
Só me dei conta quando a alegria
não mais se manifestava como antes
nem com brincadeira de criança…
Assim, andei a sua procura,
implorando para que voltasse.
Ouvindo falar que em outra casa entrara, fui até lá,
mas não senti nenhuma felicidade,
não percebi no ambiente nenhuma nota
de contentamento gracioso…
Os dias passaram,
e desisti de viver a sua procura…
Resolvi simplesmente viver:
viver os meus dias, os momentos pequenos,
os encontros, desencontros,
ganhos, as perdas, as surpresas
os encantos, desencantos e tudo mais…
Na caminhada que assim se fez,
quando menos eu esperava,
vi ela entrar naquela antiga casa.
Perguntei-lhe então:
“Por que foste embora,
e quando te procurei
não te revelaste a mim?”
Respondeu-me a felicidade:
“Vivo com aqueles que não vivem me procurando
como se eu fosse um simples destino…
Vivo na casa daqueles que aprenderam
que estou junto deles na caminhada,
na jornada dos dias que não voltam jamais.”
Celso Melo
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